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Os produtos da raça bovina Alentejana mais procurados para além dos próprios animais, nomeadamente, novilhas para serem utilizadas em cruzamento terminal, são todos os produtos cárneos com Denominação de Origem Protegida (DOP) - Carnalentejana.

A Carnalentejana, reconhecida como DOP em 1994, incluía inicialmente carcaças, meias-carcaças ou peças de vitelas, novilhas e novilhos inscritos no Livro Genealógico da raça bovina Alentejana. Em 2002, a Carnalentejana introduziu no mercado o primeiro hambúrguer com certificação DOP, considerado um produto totalmente inovador em termos mundiais. Mais tarde, lançou uma linha de produtos refrigerados e embalados em atmosfera controlada: carne picada, almôndegas, bife tipo hamburguer. A partir de 2006, a marca Carnalentejana passou a incluir meias carcaças e quarto de carcaças em vácuo ou atmosfera controlada e os seus preparados, refrigerados ou congelados, obtidos a partir de animais inscritos no Livro Genealógico, nomeadamente, vitela, vitelão, novilha, novilho, vaca e touro. Em, 2008 alargou-se a produção de ultracongelados às almôndegas e carne. Ao longo dos anos, os produtos Carnalentejana foram lançados no mercado com enorme sucesso, tendo já obtido diversos prémios e galardões, estando associados a diversos eventos nacionais e internacionais. No entanto, o mais importante tem sido o reconhecimento, pelo público em geral, da qualidade dos seus produtos e da raça que lhes dá origem.

PREPARADOS

  • Bife Hambúrguer em Atmosfera Modificada (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)
  • Almondegas em Atmosfera Modificada (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)
  • Carne Picada em Atmosfera Modificada (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)
  • Salsichas em Atmosfera Modificada (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)

CONGELADOS

  • Bife Hambúrguer Ultracongelado (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)
  • Almondegas Ultracongeladas (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)
  • Carne Picada Ultracongelada (100% Carne de Bovino de Raça Alentejana)

 

Os bovinos da raça Alentejana são explorados, fundamentalmente, em sistemas de produção extensivos, resultado de diversos fatores, de ordem climática, geográfica, política, etc. O Alentejo é uma zona onde predomina a grande propriedade, razão pela qual o número médio de animais por exploração é considerado elevado, comparativamente ao das restantes raças bovinas nacionais, situadas noutras regiões. 
Os animais raramente estão estabulados, alimentando-se em pastagens naturais e de algumas forragens semeadas destinadas ao pastoreio direto. Esta alimentação é, em grande parte do ano, muito desequilibrada o que demonstra a grande rusticidade dos bovinos Alentejanos.

Nos últimos anos, começaram a verificar-se maiores cuidados com alimentação e com a recria dos animais. Iniciou-se o acompanhamento dos animais, e aumentaram-se as suplementações, o que permitiu melhorar a condição corporal, e consequentemente os índices produtivos e reprodutivos. Por outro lado, a alimentação dos animais jovens é mais cuidada, o que lhes permite obter crescimentos mais precoces, entrar à reprodução mais cedo, os que se destinam ao abate atingem as condições necessárias, com menos idade, maior peso e melhores carcaças.

Tradicionalmente a época de reprodução iniciava-se com a entrada dos touros nas vacadas a partir de Outubro e estendia-se, até a sua retirada, em Abril ou Maio, para que, deste modo, as fêmeas venham a ter os seus partos no inicio do Verão seguinte, altura do ano em que a sua condição corporal é normalmente boa, permitindo que o desmame dos vitelos coincida com a Primavera, beneficiando então estes de um ambiente mais favorável. Este procedimento também está relacionado com tradicional aproveitamento de restolhos do Verão, permitindo uma melhor alimentação das fêmeas antes do parto.

O desmame dos vitelos efetua-se quando estes atingem os seis/sete meses, podendo este período ser alargado conforme a época do ano, condição corporal das mães, desenvolvimento dos próprios vitelos e condições climáticas. Quanto melhor for o estado dos vitelos mais cedo poderão ser desmamados, permitindo uma recuperação mais rápida das mães (Cruz, 1992).

Nos últimos anos, resultado da necessidade do Agrupamento de Produtores CARNALENTEJANA S.A. ter animais disponíveis para comercialização durante todo o ano, evitando assim uma produção sazonal, diversos criadores optaram por manter os touros durante todo o ano na vacada e, assim, terem as fêmeas a parirem ao longo de todo o ano.

 

A idade média ao primeiro parto na raça Alentejana tem vindo a diminuir ao longo dos anos, registando-se atualmente valores de 36.5*7.4 meses, podendo, contudo, variar consoante a exploração. Embora existam casos de novilhas a parirem pela primeira vez com cerca de 2 anos de idade, em termos de intervalos entre partos subsequentes, verifica-se um alongamento destes. No entanto, tudo indica que a antecipação da idade ao primeiro parto até cerca dos 30 meses de idade, resultará numa melhoria da produtividade ao longo da vida, quer em termos de intervalo médio entre partos, quer em termos de peso total desmamado.

Quanto à estrutura etária dos efetivos podemos considerar equilibrada, tanto nas fêmeas como nos machos (Figura 9). A maioria dos touros são utilizados entre os 4 e os 8 anos de idade, apesar de alguns machos permanecerem até idades mais avançadas, e nestes casos trata-se de reprodutores sobre os quais os criadores demonstram alguma preferência, pelo que a sua utilização é mais frequente, incluindo-se o recurso à inseminação artificial, embora em reduzida escala. No caso das fêmeas a idade média ao refugo é de cerca de 12 anos, registando-se um decréscimo praticamente linear do número de fêmeas em função da idade ao parto (Carolino e Gama, 2000 e 2008a).

 Idade média de machos e fêmeas quando nascem os filhos

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 Machos    Fêmeas

 

O intervalo médio entre partos na raça bovina Alentejana é de 442+/-137 dias, constatando-se grandes diferenças entre registos devido ao efeito ambiental do tipo de exploração, ano e mês de parto e idade da fêmea ao parto. Verificou-se em diversos trabalhos, que fêmeas paridas no final do Verão têm intervalos entre partos mais reduzidos do que fêmeas paridas nos restantes meses do ano, e que as fêmeas atingem o máximo de produtividade, em termos de intervalo entre partos, com cerca de 8 anos de idade (Bigares et al., 2000; Carolino, 2006).

 

Os bovinos da raça Alentejana abatidos através do esquema de certificação apresentam, em termos de características de carcaça, uma razoável homogeneidade, como aliás é pretendido pelo circuito comercial e pelo consumidor. As diferenças entre animais de diferentes criadores, meses e anos, são insignificantes, o que contribui para a homogeneidade observada. Verifica-se, contudo, uma influência importante da idade ao abate, que sugere não haver vantagem em prolongar os abates para além dos 22 meses, já que começa a haver, a partir deste ponto, uma estabilização do rendimento em carne e um aumento de peso da carcaça obtido sobretudo à custa de peças menos valorizadas. Em trabalho desenvolvido com base em registos recolhidos pela CARNALENTEJANA, S.A., por Carolino et al. (2006), foram analisados dados de abate de 7701 novilhos, provenientes de 94 criadores e abatidos entre 1995 e 2004 através do esquema de certificação. Os 7701 novilhos Alentejanos comercializados como produto DOP e incluídos na análise foram abatidos a uma idade média de 21.3±3.6 meses, variando entre os 13 e os 30 meses, conforme previsto no caderno de especificações. A carcaça registou um peso médio de 353.1±51.0 kg, enquanto que o peso total das peças apresentou uma média de 247.9±39.0 kg, correspondendo a um rendimento de desmancha de 70.1%. O peso médio das peças da carcaça e a sua proporção relativamente ao total de carne, são apresentados no seguinte quadro e figura.

 

Características descritivasdos pesos das peças, grupos de peças e do peso da carcaça de bovinos da raça Alentejana (*).

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Proporção das diferentes peças relativamente ao total de carne na carcaça

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A raça bovina Alentejana apresentou entre a décadas de 70 e 90 do século XX um aumento acentuado do peso adulto, que atinge presentemente valores médios da ordem dos 600-700 Kg em vacas e 900-1100 kg em touros. Estes resultados são uma consequência do facto da raça Alentejana, sobretudo a partir da década de 70, ter sido selecionada essencialmente para a velocidade de crescimento, pelo que também se verificou um aumento de peso a outras idades, nomeadamente, entre os 7 e os 12 meses.

 

Curvas de crescimento de machos e fêmeas por década de crescimento (fonte: Carolino et al., 1993) 

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 Curva de crescimento de Machos    Curva de crescimento de Fêmeas

 Apesar do elevado peso adulto da raça bovina Alentejana, o peso ao nascimento mantém-se com valores aceitáveis (35.4 kg nos machos e 32.1 kg nas fêmeas), razão pela qual normalmente não existem problemas de parto nesta raça.     Na Figura seguinte apresentam-se as estatísticas descritivas dos pesos em diferentes idades, registando-se um peso adulto médio de 677.3 kg (pelo facto de 93% dos dados utilizados serem de fêmeas). A raça bovina Alentejana é, das raças autóctones Portuguesas, a que apresenta peso adulto mais elevado e também maior porte, registando-se em animais nascidos entre 1995 e 2000, valores médios de 920±52 kg para machos e de 630±41 kg para fêmeas.

 

Estatísticas descritivas dos pesos em diferentes idades (fonte: Carolino, 2006)

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Carolino (2006) registou diferenças consideráveis nos pesos dos animais em várias idades devido essencialmente ao efeito da exploração e do ano de nascimento dos animais, que normalmente refletem o maneio praticado, bem como as disponibilidades alimentares. As diferenças máximas registadas foram de cerca de 16 kg no peso ao nascimento, 56 kg no peso aos 3 meses, 110 kg no peso aos 7 meses, 220 kg no peso ao ano e 220 kg no peso adulto.

Animais nascidos entre Janeiro e Abril, em média, apresentam um peso ajustado aos 3 meses mais elevado do que animais nascidos nos restantes meses, enquanto animais nascidos no Inverno apresentam, relativamente a animais nascidos na Primavera ou no Verão, uma superioridade média entre 12.5 kg no peso ajustado aos 210 dias, podendo esta diferença atingir os 22.8 kg, quando comparados os pesos de animais nascidos em Dezembro e Maio. Estes resultados parecem indicar que os animais nascidos no Inverno vão beneficiar a seguir do ambiente favorável proporcionado pela Primavera, o que, em anos normais, resulta em melhores performances de crescimento que se refletirão no maior peso ao desmame (7 meses);porém, estes animais vão sofrer depois os efeitos adversos do Verão e Outono com reflexos negativos no peso ao ano de idade. Inversamente, os vitelos nascidos no Verão ou no Outono são amamentados durante o Inverno, com consequente quebra no peso aos 7 meses, recuperando, no entanto, com um bom crescimento pós-desmame durante a Primavera e, consequentemente, apresentam um peso ajustado ao ano de idade mais elevado.

O sexo do animal também tem um importante efeito no peso em todas as idades, com superioridade nos machos de cerca de 3.4 kg ao nascimento, 6.4 kg aos 3 meses, 24.4 kg aos 7 meses, 65.6 kg ao ano e 236.0 kg em adulto, o que corresponde, relativamente ao valor médio da cada característica, a uma superioridade respetivamente, 10.0%, 5.9%, 11.4% 20.3% e 34.8%.

 

Estatísticas descritivas(*) dos caracteres avaliados nos testes de performance em estação

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Com base nos resultados dos testes de performances em estação, realizados no Centro de Testagem da raça bovina Alentejana entre 1973 e 2010, envolvendo 1395 novilhos, provenientes de 75 explorações, registaram-se os valores médios apresentados. A idade média no início e final do teste foi de, respetivamente, 8.6 e 14.4 meses, com pesos inicial e final médios de respetivamente 281 e 502 kg.

 

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