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Os bovinos autóctones da região Alentejana representam uma forma primitiva e milenar da espécie bovina e disso são prova os fósseis existentes no Museu dos Serviços Geológicos de Lisboa, pelas semelhanças que apresentam com peças correspondentes aos atuais bovinos (Andrade, 1948). O mesmo autor refere que o gado bovino Alentejano é derivado de uma forma meridional do Bos primigenius, que se terá desenvolvido no sul da Península Ibérica e que terá emigrado para África, tendo regressado à Península Ibérica depois da última glaciação.

O nome desta raça sofreu algumas alterações ao longo dos anos, consoante os diferentes autores que a referenciaram, tendo, contudo, ficado associado à região solar de origem, onde é atualmente explorada e à sua principal zona de dispersão - Alentejo. Miranda do Vale em 1949 e Fernando Andrade em 1952 fazem ambos referência à Raça Bovina Transtagana e às suas sub-raças, entre elas a Alentejana, sendo ainda consideradas por estes autores as variedades "do Alentejo" e "do Algarve" ou do "Baixo Alentejo" e do "Alto Alentejo". A primeira descrição morfológica da raça bovina Alentejana foi da autoria do Professor Silvestre Bernardo Lima em duas publicações sobre o Recenseamento Pecuário de 1871 e 1873.

A raça bovina Transtagana, segundo o Professor Paula Nogueira, citado por Andrade (1952), era caracterizada como uma “raça flava que povoa o território português ao sul do Tejo”. No entanto, este autor, seguindo o critério de Cornevin (1871) define a raça transtagana como, “de pelagem vermelha e desenvolvida cornamenta, grande volume de corpo, aberturas naturais almaradas, pontas dos chifres loiras e unhas da mesma cor”. Esta última definição corresponde ao padrão atual da raça bovina Alentejana.

O Livro Genealógico da raça bovina Alentejana foi constituído em 1968, pela Direção Geral dos Serviços Veterinários, passando em 1981 para a responsabilidade da Associação dos Criadores de Bovinos da Raça Alentejana (ACBRA).

A raça bovina Alentejana, extremamente bem adaptada ao meio onde se insere, teve durante anos a função principal de produzir trabalho. A sua evolução esteve ligada à revolução industrial, à mecanização da agricultura e ao crescimento populacional. Desde então novas técnicas agrícolas emergiram, com o objetivo de aumentar a produtividade, do mesmo modo que se iniciaram atividades relacionadas com o melhoramento animal, com o intuito de aumentar a produção de carne em detrimento da produção de trabalho. Em toda a Europa as raças bovinas foram submetidas a programas de seleção, sendo a sua vocação natural redirecionada do trabalho para a produção de leite, carne ou, em alguns casos, para ambas.

A partir da segunda metade do século XX, apesar da oposição de algumas entidades oficiais, professores e técnicos de destaque da altura, muitos criadores, na tentativa de quebrar a tendência de perda de rendimento com a atividade pecuária, nalgumas situações iludidos com a possibilidade de melhorar a rentabilidade das suas explorações, optaram por copiar modelos de produção de outros países e recorrer à importação de raças exóticas (Carolino, 2006). Naquela altura, verificou-se uma tendência clara para o aumento da exploração de raças exóticas ou para a realização de cruzamentos indiscriminados com estas raças, na tentativa de se obterem animais melhor conformados e com uma velocidade de crescimento mais elevada (Ralo, 1972). Este procedimento porém, não tendo conduzido aos resultados esperados e ameaçando o desaparecimento do património genético autóctone, viria a ser corrigido, através de programas específicos. Nos últimos anos, a execução de alguns programas, inicialmente, apenas de carácter nacional e, posteriormente, comunitário (e.g., Novagri, PAMAF e AGRO), com a convicção de que o trabalho de conservação e utilização sustentável dos recursos genéticos animais seria da competência das Associações de Criadores, com o apoio e fiscalização dos Serviços Oficiais, acabou por constituir um contributo decisivo para travar a regressão dos efetivos de raças autóctones que se vinha observando em Portugal desde meados do século XX. Esta tendência não é alheia ao facto de, atualmente, haver uma maior exigência por parte dos consumidores. Para dar resposta a esta exigência de qualidade e de segurança alimentar no consumo, em 1992, os produtores organizaram-se num Agrupamento responsável pela comercialização da carne e produtos com “Denominação de Origem Protegida” (DOP): CARNALENTEJANA S.A., entidade responsável pela comercialização dos bovinos Alentejanos.

A nível internacional está oficialmente reconhecida pela União Europeia, pela FAO e pela European Association of Animal Production (FAO, 2000) e encontra-se descrita na Lista dos Recursos Genéticos Animais a nível mundial (World Wacth List for Domestic Animal Diversity)

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